É difícil este exercício. Principalmente se pensar em Comunicação e, mais concretamente, em Publicidade.
Sendo (a boa, a realmente eficaz) uma actividade provocadora, como se faz para provocar política e correctamente?
Na minha opinião, não faz. E é por isso que estamos a atravessar a Época Negra dos Reclamos™.
Publicidade mole, cinza, chochinha ou, pior ainda, certinha.
De quando em vez surgem bons exemplos. Campanhas que desafiam ou tocam em pontos sensíveis e mexem connosco mas que, infelizmente, vêm muitas vezes de fora.
Não quero com isto dizer que não somos capazes de fazer campanhas provocadoras. Somos. São é raras. Tão raras e difíceis como noutros locais, talvez, mas, no nosso caso como somos um mercado pequeno, vêem-se ainda menos.
Faça o seguinte exercício: quando sair à rua, olhe à volta e verá duas ou três campanhas de marcas grandes (não confundir com grandes marcas). O que têm lá? Que ideia ou pensamento brilhante? É constrangedor olhar para estes cartazes e o seu vazio, não é?
Estão certos? Sim.
Inclusivos? Sim.
Respeitam as minorias, a média e as maiorias? Sim.
São consensuais? Sim.
Mexem com alguém? Não.
Ora, se a Publicidade devia provocar reacções, servem para quê?
É por isto que tantas vezes se ouve dizer a quem trabalha em marketing que gasta muito dinheiro, que é caro fazer publicidade.
Deviam aprender a investir, em vez de gastar.
E não é assim tão difícil fazer bem as coisas.
É arriscado, mas vale a pena.
Nota positiva: felizmente também poderá ver um ou dois bons exemplos, esses sim, de marcas que têm crescido no que realmente importa – a saber: notoriedade, não no bottom line, porque esse é temporário e depende de outros factores.
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