O ano ainda não tinha terminado, e já me questionavam sobre as tendências para o próximo.
Decidi esperar 15 dias antes de pensar nisso. Encerrar 2023 e, apenas em meados de janeiro, mergulhar na futurologia.
Cá estão, pois, as tendências’ 24:
1. A grande tendência do próximo ano é não acreditar em tendências.
A mudança e a rapidez são as características mais evidentes do momento. O que era válido ontem, em 2023, não vai ser em 2024.
E já é assim há algum tempo. Em 2019 ofereceram-me a The Forecast no Natal. Poucos dias depois, em 2020, a Covid começou a confinar os italianos em casa, seguindo-se o resto da Europa e o mundo inteiro. Em poucos dias todas as previsões e tendências pensadas, desenhadas e apresentadas por profissionais muito credíveis, iam para o lixo sem remédio.
Com isso, creio que aprendemos que os planos anuais valem pouco e os calendários mensais de social media são altamente voláteis.
A incerteza é o futuro. Há que abraçá-la com coragem, mas há esperança mais em baixo, não desista já.
2. A segunda grande opção estratégica, chamemos-lhe assim, é fazer o oposto do que nos dizem.
O mundo está em fúria, sério e chato. Há guerras em vários locais. Há eleições com votos de protesto em todo o lado. Há queixas, processos, manifestações contra tudo e todos.
Ora, como sabemos, a melhor comunicação é a que se diferencia e contraria a norma. Em 2024 terá de ser, então, empática, bem disposta e divertida. Avizinha-se um ano feio do ponto de vista social, político e económico. Seria maravilhoso que as marcas não seguissem no mesmo sentido.
3. Treine a flexibilidade no ginásio e a firmeza no business plan.
A tentação (não confundir com tendência) de responder e seguir as modas, é grande.
Mas, “seguir” é andar atrás.
Atrás dos consumidores, do mercado, dos concorrentes.
Não seria melhor andar à frente?
É como dizem que dizia (mas afinal parece que não) o Henry Ford “If I had asked people what they wanted, they would have said faster horses.”
A história duma marca continua a ser o seu grande activo. O storytelling a ser a buzzword e as marcas que têm a coragem de ter uma história e manterem-se fiéis a ela, vão longe.
Qual é a sua história?
4. Depressa e barato ou, preferencialmente, de borla.
É a fórmula da internet que está a mudar tudo o resto, incluindo o marketing e a publicidade.
Ainda poucos se habituaram a fazê-lo e, por isso, vemos tanto ruído e lixo visual em vez de comunicação. O desenvolvimento rápido da Inteligência Artificial – que há um ano não fazia piadas excepto a desenhar mãos, mas agora já faz humor e mãos com 5 dedos – vai reforçar esta moda.
No entanto, fazer bem dá trabalho.
Pode ser rápido se nos dermos ao trabalho de reunir tudo o que é preciso.
Será barato se trabalharmos para investir em vez de gastar.
Prevejo, pois, que 2024 seja um ano cheio de trabalho.
A não ser que se contrarie esta tendência.
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