O problema do género.

Parece uma frase dum daqueles teenagers que repete constantemente a palavra “tipo”, mas é o título desta opinião sobre a questão masculino / feminino e a Kamala.

Vem, pois, isto a propósito da eleição presidencial americana, mas, também, das campanhas sobre a menopausa, o período, a igualdade de oportunidades, os desportos e marcas desportivas ou, até mesmo, sobre ter uma vagina. (Exemplos em baixo).

Os últimos tempos têm sido pródigos em publicidade incrível sobre estes temas. E ainda bem. Do que não se fala, não existe. Por isso é óptimo que haja campanhas sobre todos estes temas. Para se saber que há violência doméstica, que há período, que há menopausa, que há discriminação, mas também que há sucessos, competência, capacidades e superação.

Two thumbs up for this. 👍🏻

No entanto, e pese embora esta fortíssima tendência de afirmação e apoio à causa feminina, será que já há reconhecimento suficiente? Será que já estamos todos preparados para ter uma chefe, uma directora, uma mulher em casa com opinião própria, uma presidente? Mesmo que do supostamente mais avançado país do mundo?

Tenho dúvidas sobre este tema e, por isso, me pareceu uma estratégia demasiado redutora quando a candidatura de Kamala Harris passou a dar tanto tempo de antena à questão do aborto e a tudo o que a rodeia. Sim, o tema é importante. Sim não pode ser ignorado. Mas a senhora estava a (con)correr para presidente dum país que vai de Nova Iorque a Hooker no Oklahoma, ou a Coward em South Carolina, American Fork no Utah, Dinosaur no Colorado ou Bluff no Alaska.

Afirmar-se como a opção em que as mulheres deviam votar, foi um erro e criou outra divisão para além da que já existia.

Segundo a sondagem à boca das urnas (adoro este frase) da CNN, Kamala ganhou no voto feminino a Trump por 10%, mas Biden ganhou por 15% e Hillary por 13%.

Por que não foi esmagadora? Porque os temas que mais preocupavam as mulheres eram a inflação e o aumento das despesas domésticas.

Para além disso, faltou a esta campanha o que falta a muitas outras por aí – um conceito e storytelling que unisse as pessoas. 

O New Way Forward é muito choninhas.

Mesmo ilustrado pelo Shepard Fairey, como fizera com Obama, não teve o power necessário.

Ora, se o objectivo era ganhar mais do que a opinião pública intelectual e os snobs europeus, eram precisas melhores ideias. Dinheiro, creio que não faltou, mas ideias (do ponto de vista publicitário e de comunicação; política, não discuto) foram poucas.

O empoderamento feminino está na moda, mas nem sempre as modas ganham, quando as pessoas que escolhem, podem esconder-se atrás dum biombo e pôr a cruz onde no fundo, no fundo lhes apetece.

Kamala foi-se, mas estas são as campanhas a não perder:

Superaçãohttps://youtu.be/zWfX5jeF6k4?si=ziwIAlkRxpcZgjKC

Determinaçãohttps://youtu.be/0BTbSQ1rRLU?si=uqDGKaujVxIDsezz

Confiançahttps://youtu.be/U8BEBWWLgoE?si=SLoUbgWQiFyCAbop 

Menopausahttps://youtu.be/gMsPc4VyYnQ?si=aVCh32HxcNEWilHw

Sobre ter uma vaginahttps://youtu.be/ckxSxO-nMks?si=_hUJoZ6aYWkosGpI

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