O que vais deixar no mundo quando arrumares as botas?
Que sinal, que memória, que feito, que trabalho?
Vem isto a propósito do futebol, da selecção, do “Rónaldo” e dos seus recordes.
Melhor escrevendo: vem isto a propósito dele e não tanto da bola porque disso entendo pouco.

Nos últimos dois dias pudemos assistir a um campeonato entre os que o crucificaram pela fobia dos recordes, por estar velho, por só pensar nos 500 milhões e os que o colocam como o Vasco da Gama 2.0, o homem que deu a conhecer Portugal.
Como sempre, acredito que a verdade está no meio.

Parece que o desempenho do atleta em campo não tem sido brilhante.
Mas, porquê tanto bruá quando sai do banco e vai aquecer para jogar 20 minutos dum jogo resolvido?
Porque há sempre 3.258 objectivas de máquinas fotográficas e de filmar a seguí-lo?
Porque o filmam a ele quando outros marcam em campo?
E, mais importante ainda, porque surge sempre aquele sorriso rasgado no rosto de um malaio, etíope, chinês, peruano, uzbeque … quando dizes que és de Portugal e te responde “Pórtugalo??? Rónaldo, Rónaldo, … Siiiiiiiiiii” gesticulando com os braços.

Ok, o homem não é o Vasco da Gama, mas garantidamente não anda a navegar na maionese como muitos por aqui.
O atleta é (foi?) extra-ordinário.
O homem já fez muito pelo país, por muitas causas e por muita gente.
Podia estar só a tratar do seus negócios e, mesmo assim, tinha-OS maiores que muitos.
É marketing. Sim.
Mas também é mérito, talento e personalidade.
3 coisas fundamentais para uma boa pessoa que, como todos sabem, é o que vem imediatamente antes de um bom profissional.
Siiiiiiiiiiiiii !

Foto – Mae Mu©